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domingo, 17 de abril de 2011

O Xangô de Baker Street


Capa do filme, O Xangô de Baker Street

Utilizando o filme O Xangô de Baker Street, uma adaptação do livro escrito por Jô Soares como fonte de estudo para analisar-lo como documento de representação histórica da sociedade no contexto do Brasil império, observa-se que ele apresenta duas marcas forte no seu enredo: a comédia e a representação cultural e social do período imperial.
Deixando de lado a comédia que está presente no filme em muitas partes e indo de encontro com o contexto cultural da época, que está sendo retratada (1886), observa-se muito da cultura européia nos costumes do Brasil o teatro é um exemplo, era muito importante para a corte porque era neste local que a alta sociedade se encontrava para se divertir além de discutir sobre seus interesses político e econômico. O filme também mostra que a cultura negra ainda era descriminada sendo considerada na maioria das vezes como feitiçaria isso ainda era um reflexo das questões religiosas do período onde a igreja ícone era a católica.
Nesse período também surgiram muitos escritores se destacaram como Machado de Assis e Álvares de Azevedo pelo movimento romancista e Olavo Bilac presente no filme como representante do parnasianismo uma corrente literária contraria ao romantismo. Nesse período Surgem também o samba e a marcha, tocados por grupos de "chorões", conjuntos compostos por flauta, violão e cavaquinho, presença indispensável nos saraus das populações urbanas de baixa renda.
Esse filme é uma grande ferramenta de análise e que ajuda a diversificar os métodos de estudos de história do Brasil. Sem deixar de lado o bom humor de uma boa história, ele retrata o dia a dia do povo brasileiro, uma nação relativamente nova e que não uma própria identidade cultural.

O Primeiro Reinado

A nação brasileira devido aos empréstimos tomados da Inglaterra para pagar a indenização a Portugal, já nasce endividada. As bases do Brasil colônia foram mantidas, como uma monarquia constitucional representativa, com a predominância de latifúndios,escravismo e monocultura.
D Pedro é coroado imperador do Brasil, com o titulo de D Pedro I. O Brasil no período do primeiro império não era um país consolidado ainda, mas o sistema político monárquico proporcionou a formação da unidade territorial, pois caso fosse adotado uma republica, devido as revoltas que ocorreram, é provável que se tornasse um país fragmentado. Mesmo depois da independência, algumas províncias continuaram fiéis à corte portuguesa como a Bahia e o Maranhão. Para a conquista dessas regiões o imperador teve de alugar exércitos para a conquista dessas áreas e isso aumentava a dívida brasileira.
A constituição de 1824 se impôs sobre a constituição da mandioca, que limitava o poder do imperador. Esta constituição de 1824 por sua vez foi outorgada, ou seja, assinada pelo próprio imperador, que lhe garantia um quarto poder, o moderador, que assumia total preponderância sobre os outros três poderes, Legislativo, Executivo e Judiciário.
Com esse contexto, de um império centralizador, houve revoltas como a Confederação do Equador, com a dissolução da Assembléia Constituinte o nordeste encontrava-se empobrecido, com a nomeação de um governador não desejado na província de Pernambuco, esse movimento tinha um caráter republicano, emancipacionista e abolicionista, e foi justamente esse caráter abolicionista que fez com que não conseguisse apoio das elites, os rebeldes não resistiram, as tropas foram julgados e seus principais lideres condenados a morte.
A guerra da Cisplatina levou o Brasil a uma grande crise, a Cisplatina é a região onde hoje é o Uruguai, pertencia a America Espanhola, mas foi anexada ao Brasil devido as pressões da esposa de D João VI, Carlota Joaquina de origem espanhola, os guerrilheiros da província estavam decididos separar-se do Brasil, para guerrear não possuía exércitos suficientes, havia a Guarda Nacional, mas sua maioria era de português que com a independência não queriam mais servir, o imperador teve de contratar mercenários para guerra o que aumentava as dividas, no final a Cisplatina ganha a guerra e torna-se independente e passou-se a se chamar Republica Oriental do Uruguai.
D. Pedro é convocado para assumir o trono português depois da morte de seu pai, mas na constituição brasileira, tinha como uma das leis que o imperador não poderia governar outro país. Ele inicialmente aceita a sucessão do trono português, mas depois volta atrás, vez que sua ida para assumir não foi bem vista pelos brasileiros. Além disso, a culpa do assassinato de um jornalista chamado Libero Badaró que fazia criticas ao império recaiu sobre D. Pedro.
O fim do primeiro reinado vem com a renúncia de D. Pedro I em 1831, que já não atendia mais os interesses da população e desejando intervir na sucessão do trono português, deixa seu filho Pedro de Alcântara no Brasil caracterizando o inicio do período regencial.

Processo de Independência do Brasil


O grito do Ipiranga, óleo sobre a tela de Pedro Américo

Em Portugal, a família real encruzilhada com o bloqueio continental imposto por Napoleão, que proibia os países da Europa comercializar com a Inglaterra, se viu obrigada a fugir para o Brasil, sua colônia na época, já que a Inglaterra era sua aliada.
Chegando aqui, D. João VI, rei de Portugal, decreta a abertura dos portos às nações amigas, permitindo então a colônia brasileira comercializar com a Inglaterra. A abertura dos portos significou uma ruptura no pacto colonial, que permitia apenas o monopólio da metrópole sobre a colônia. O Brasil deixou de ser colônia e passou a ser Reino Unido a Portugal e Algarves, além disso, passou a ser a sede do governo português.
Em 1820, Portugal exige a volta da família real, devido à grande fragilidade econômica por causa dos conflitos com a França Napoleônica; este movimento ficou conhecido como Revolução do Porto. D João VI pressionado volta para Portugal e deixa seu filho D. Pedro como príncipe regente.
A corte portuguesa decreta revogação do titulo de príncipe regente e a volta da condição colonial do Brasil. O príncipe firmando um acordo com a aristocracia brasileira decreta que nenhuma ordem vinda de Lisboa será seguida no Brasil sem sua autorização. Neste contexto a independência já se mostra próxima e esse processo não teve participação das classes populares.
Após esse período de agitação, em 7 de Setembro de 1822, D. Pedro oficializa a independência do Brasil, mas somente em 1825 Portugal reconhece a nação brasileira com um recebimento de uma grande quantia em dinheiro como indenização paga pelo empréstimo da Inglaterra.